Washington anunciou, nesta terça-feira (19), uma ofensiva sem precedentes contra Nicolás Maduro, presidente da Venezuela, com o deslocamento de três navios de guerra ao Caribe e a oferta de uma recompensa de US$ 50 milhões por informações que levem à sua prisão. A ação, liderada pelo governo de Donald Trump, ocorre sob a justificativa de combater o narcoterrorismo, com Maduro acusado de liderar o Cartel de los Soles, classificado como organização terrorista pelos EUA. A porta-voz Karoline Leavitt afirmou que o governo usará “toda a força” para deter o tráfico de drogas, enquanto Maduro, em Caracas, prometeu defender o território venezuelano contra o que chamou de “ameaça imperialista”. A movimentação intensifica a tensão entre os dois países, que não mantêm relações diplomáticas desde 2017.
A decisão de enviar os destróieres USS Gravely, USS Jason Dunham e USS Sampson, equipados com sistemas de mísseis guiados Aegis, reflete a prioridade do governo Trump em combater cartéis latino-americanos. Mais de 4.000 militares foram posicionados na região, segundo informações da agência Reuters. A medida ocorre semanas após a posse de Maduro para seu terceiro mandato, em janeiro de 2025, marcada por eleições contestadas internacionalmente.
As acusações contra Nicolás Maduro ganharam força em março de 2020, quando o Departamento de Justiça dos EUA o indiciou por narcoterrorismo, tráfico de drogas e conspiração para importar cocaína. Na época, a recompensa inicial era de US$ 15 milhões, valor elevado para US$ 25 milhões em janeiro de 2025, sob o governo Biden, e agora dobrado para US$ 50 milhões. O montante supera a oferta histórica por Osama bin Laden, fixada em US$ 25 milhões após os ataques de 11 de setembro de 2001.
Segundo a procuradora-geral Pam Bondi, Maduro lidera o Cartel de los Soles, uma organização que, desde o final dos anos 1990, teria corrompido instituições venezuelanas, incluindo militares, judiciário e legislativo, para facilitar o tráfico de cocaína. Autoridades americanas afirmam que o grupo enviou entre 200 e 250 toneladas de cocaína aos EUA entre 1999 e 2020. Além disso, a colaboração com grupos como o Tren de Aragua e o Cartel de Sinaloa ampliaria a influência do regime no narcotráfico internacional.
A procuradora destacou que parte das drogas apreendidas estava misturada com fentanil, um opioide que intensifica a crise de saúde pública nos EUA. Apesar das acusações, a Venezuela nega envolvimento de Maduro e classifica as ações americanas como propaganda política.
O envio de destróieres ao Caribe representa uma escalada na estratégia americana contra o regime venezuelano. Os navios, equipados com tecnologia avançada, estão posicionados próximos à costa da Venezuela, em uma demonstração de força que vai além do combate ao narcotráfico. Segundo a Reuters, a operação envolve mais de 4.000 militares, com o objetivo de pressionar Maduro e desarticular redes criminosas na região.
A decisão de Trump de classificar cartéis como organizações terroristas globais permite o uso de recursos militares, uma abordagem mais agressiva que em administrações anteriores. Em 2019, durante seu primeiro mandato, Trump tentou, sem sucesso, derrubar Maduro com sanções econômicas, incluindo um embargo ao petróleo venezuelano. A nova ofensiva sugere uma mudança para ações diretas, com potencial para aumentar as tensões no Caribe.
Maduro, por sua vez, mantém uma postura desafiadora. Em discurso na segunda-feira (18), ele afirmou que a Venezuela está pronta para defender seu território, sem mencionar diretamente os navios americanos. O presidente venezuelano reforçou alianças com países como Rússia, China e Irã, que oferecem apoio diplomático e econômico para contrabalançar a pressão dos EUA.
A comunidade internacional acompanha a escalada com preocupação. O Reino Unido e a União Europeia impuseram sanções ao governo Maduro após sua reeleição em julho de 2024, considerada fraudulenta por diversos países. A oposição venezuelana, liderada por figuras como Edmundo González, que os EUA reconhecem como presidente legítimo, enfrenta repressão crescente, com prisões e exílios forçados.
O governo venezuelano, por meio do ministro da Defesa, Vladimir Padrino López, classificou as ações dos EUA como “ilegais” e “desesperadas”. López, que também é alvo de recompensas americanas, defendeu a soberania do país e negou as acusações de narcotráfico, apontando os EUA como responsáveis pela crise de consumo de drogas em seu próprio território.
O Cartel de los Soles, cujo nome deriva do símbolo de sol nos uniformes de altos oficiais militares venezuelanos, é acusado de operar como uma rede estatal de tráfico desde os anos 1990. As primeiras denúncias surgiram em 1993, quando generais da Guarda Nacional foram investigados por facilitar carregamentos de cocaína. Desde então, o grupo teria se consolidado, envolvendo figuras de alto escalão do governo e das forças armadas.
Segundo o Departamento do Tesouro dos EUA, o cartel utiliza portos e aeroportos venezuelanos para enviar drogas à América do Norte e Europa, com apoio logístico a organizações como as FARC, na Colômbia, até sua desmobilização em 2016. A opacidade do regime venezuelano dificulta investigações internacionais, mas relatórios apontam a Venezuela como um corredor estratégico para o narcotráfico, conectando produtores andinos a mercados globais.
A recompensa de US$ 50 milhões, anunciada em 7 de agosto, é um marco na pressão contra Maduro. O valor, superior ao oferecido por Bin Laden, reflete a gravidade das acusações americanas, mas seu impacto prático é limitado. Maduro permanece no poder, protegido por aliados internos e externos, e a recompensa não constitui um mandado internacional de prisão.
A estratégia americana combina gestos políticos, como a recompensa, com ações concretas, como o envio de navios. No entanto, analistas apontam que a ausência de relações diplomáticas entre EUA e Venezuela desde 2017 dificulta a implementação de medidas efetivas. Além disso, a resistência de Maduro, apoiada por forças armadas leais, sugere que a crise pode se prolongar.
A ofensiva dos EUA ocorre em um momento de instabilidade regional, com a Venezuela enfrentando crise humanitária e êxodo de milhões de cidadãos. A pressão militar e econômica pode intensificar o isolamento do regime, mas também aumenta o risco de confrontos no Caribe, uma região historicamente sensível a intervenções externas.
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