A Toyota apresentou, durante a Fenasucro & Agrocana 2025, realizada entre 12 e 15 de agosto em Sertãozinho, São Paulo, um protótipo do Prius híbrido plug-in flex, uma inovação que combina eletrificação com o uso de etanol. O modelo, que não será comercializado no Brasil, serve como plataforma de testes para o motor que equipará a próxima geração do Corolla, prevista para 2026. A tecnologia PHEV flex, capaz de reduzir até 90% das emissões de CO2, reforça a estratégia da montadora japonesa de investir em soluções sustentáveis adaptadas ao mercado brasileiro. A novidade foi destaque na maior feira de bioenergia do mundo, onde a Toyota também exibiu o Corolla Cross híbrido flex, a Hilux e o SW4, mirando o público do agronegócio. O evento marcou a demonstração de um sistema que une motor 2.0 a combustão com um elétrico, prometendo maior eficiência e desempenho. A iniciativa reflete o investimento de R$ 11,5 bilhões da Toyota no Brasil até 2030, focado em eletr Billings e produção local.

O protótipo do Prius híbrido plug-in flex não é apenas uma vitrine tecnológica, mas um passo estratégico para consolidar o Brasil como polo de desenvolvimento de tecnologias híbridas. A escolha do etanol como combustível principal alavanca a vocação brasileira para biocombustíveis, enquanto a recarga elétrica amplia a eficiência energética. A Toyota já havia testado a tecnologia em eventos como o G20 em Foz do Iguaçu, em 2024, e agora a apresenta em um contexto voltado para a indústria da cana-de-açúcar.

  • Inovações do Prius PHEV flex: Motor 2.0 de 152 cv combinado com elétrico de 163 cv.
  • Autonomia elétrica: Até 70 km no modo puramente elétrico.
  • Redução de emissões: Até 90% com etanol e bateria carregada.
  • Produção nacional: Motor será fabricado em Porto Feliz, São Paulo.

Tecnologia híbrida plug-in flex em destaque

A tecnologia apresentada no Prius combina um motor 2.0 aspirado da família M20A, já utilizado no Corolla e Corolla Cross, com um sistema elétrico que inclui uma bateria de íons de lítio de 13,6 kWh. A potência combinada atinge 223 cv, um salto significativo em relação aos 123 cv do atual Corolla híbrido com motor 1.8. O sistema permite recarga em tomadas de 240V, com tempo estimado de quatro horas, e oferece uma autonomia elétrica de até 70 km, ideal para deslocamentos urbanos.
O uso do etanol como combustível principal é um diferencial, aproveitando a infraestrutura brasileira de biocombustíveis. Testes realizados nos Estados Unidos indicam um consumo médio de 48,5 km/l com gasolina, mas o etanol pode elevar a eficiência energética, especialmente em condições otimizadas. A Toyota destaca que o Prius PHEV flex pode reduzir emissões de CO2 em até 90% quando operado com etanol e bateria carregada, um marco para a descarbonização.
A estratégia da Toyota, chamada “multipathway”, busca oferecer soluções variadas para diferentes mercados. No Brasil, o foco no etanol alinha-se com a disponibilidade do biocombustível e a demanda por tecnologias que não dependam exclusivamente de infraestrutura elétrica.

Investimentos e produção local

A Toyota anunciou um aporte de R$ 11,5 bilhões no Brasil até 2030, com R$ 5 bilhões previstos até 2026. Parte desse investimento será destinada à ampliação da fábrica de Porto Feliz, São Paulo, onde o motor 2.0 híbrido flex será produzido. A nacionalização do sistema PHEV, incluindo baterias com células importadas, reduzirá custos e fortalecerá a cadeia de fornecedores local.
A fábrica de Porto Feliz já produz motores para o Corolla e Corolla Cross, e a inclusão do 2.0 Atkinson no portfólio é um passo natural. A produção local do sistema híbrido plug-in permitirá maior competitividade, especialmente para o Corolla 2026, que será fabricado em Sorocaba.

  • Investimento total: R$ 11,5 bilhões até 2030.
  • Produção em Porto Feliz: Motor 2.0 híbrido flex.
  • Lançamento do Corolla: Previsto para 2026.
  • Outros modelos: Corolla Cross e futura picape podem adotar a tecnologia.
Toyota Prius – Foto: Divulgação

Protótipo como vitrine tecnológica

O Prius híbrido plug-in flex não será vendido no Brasil, mas sua presença na Fenasucro & Agrocana reforça o compromisso da Toyota com a inovação. O modelo, Hawkins, com uma demonstração de sua função V2L, que permite ao veículo fornecer energia para equipamentos externos, como uma cafeteira utilizada no estande da feira. A escolha do Prius como plataforma de testes repete a estratégia de 2018, quando a Toyota apresentou a tecnologia híbrida flex no mesmo modelo antes de aplicá-la ao Corolla.
A exibição do protótipo também serviu para destacar a versatilidade do sistema. Durante o evento, a Toyota ofereceu descontos de 18% na Hilux para frotistas e produtores, reforçando sua aposta no agronegócio. A participação no painel “Expansão Global do Etanol” da Fenabio 2025, com Rafael Ceconello, diretor de Assuntos Governamentais da Toyota, enfatizou a relevância do biocombustível para a sustentabilidade.
A tecnologia PHEV flex também foi testada em um RAV4, indicando que outros modelos da marca podem adotá-la no futuro. A compatibilidade com a plataforma TNGA, usada por Prius, Corolla e Corolla Cross, facilita a integração do sistema.

Futuro do Corolla e expansão da linha híbrida

A próxima geração do Corolla, prevista para 2026, será o principal beneficiário do motor testado no Prius. O sedã deve ganhar um design inspirado no Prius, com faróis estreitos e linhas aerodinâmicas, além de maior eficiência energética. A mudança da produção de Indaiatuba para Sorocaba otimizará a logística e atenderá à crescente demanda por veículos eletrificados.
Além do Corolla, a Toyota planeja lançar o Yaris Cross em outubro de 2025, com motor 1.5 híbrido flex. Há indícios de que o Corolla Cross e uma futura picape intermediária, prevista para 2027, também possam incorporar a tecnologia PHEV flex. A estratégia da Toyota reforça a liderança da marca no mercado de híbridos no Brasil, onde já vendeu mais de 23 milhões de veículos eletrificados globalmente.

  • Corolla 2026: Novo design e motor 2.0 PHEV flex.
  • Yaris Cross: Lançamento em outubro de 2025 com motor 1.5 híbrido.
  • Outros modelos: Corolla Cross e picape intermediária em 2027.
  • Vendas globais: Mais de 23 milhões de veículos eletrificados.

Benefícios para o mercado brasileiro

O sistema híbrido plug-in flex é ideal para o Brasil, onde a infraestrutura elétrica ainda é limitada em muitas regiões. O etanol, amplamente disponível, reduz a pegada de carbono, enquanto a recarga elétrica permite deslocamentos urbanos com emissão zero. Testes indicam que o Prius PHEV flex alcança até 28,6 km/l no ciclo WLTC com etanol, um avanço significativo em relação aos híbridos atuais.
A tecnologia também oferece benefícios econômicos, como menor custo por quilômetro rodado em modo elétrico e incentivos fiscais em alguns mercados. A função V2L, demonstrada na feira, adiciona versatilidade, permitindo o uso da bateria para alimentar dispositivos externos. A Toyota destaca que, desde 2019, seus híbridos flex evitaram a emissão de 176 milhões de toneladas de CO2 globalmente.
A combinação de etanol e eletrificação posiciona o Brasil como um mercado estratégico para a Toyota. A nacionalização do sistema PHEV fortalecerá a indústria local, gerando empregos e reduzindo a dependência de importações.

Participação na Fenasucro & Agrocana

A Toyota aproveitou a Fenasucro & Agrocana para reforçar sua conexão com o setor de bioenergia. Além do Prius, o estande de 150 m² exibiu a Hilux, o SW4 e o Corolla Cross híbrido flex, com demonstrações práticas da tecnologia. A oferta de descontos na Hilux para produtores rurais reforça a estratégia de conquistar o agronegócio, um mercado-chave para a marca no Brasil.
A presença de Rafael Chang, CEO da Toyota para a América Latina e Caribe, e Roberto Braun, diretor de Comunicação, destacou o compromisso da empresa com a descarbonização. A participação em debates com a União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica) reforçou a relevância do etanol na transição energética global.

  • Estande da Toyota: 150 m² com demonstrações tecnológicas.
  • Descontos na Hilux: 18% para frotistas e produtores.
  • Parcerias: Colaboração com Unica e IICA no G20.
  • Foco no agronegócio: Modelos voltados para produtores rurais.
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Redação

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