Stock Car confirma retorno a Campo Grande após seis anos e cancela etapa em Goiânia por obras no autódromo

A Stock Car Pro Series, principal categoria do automobilismo brasileiro, anunciou na noite de terça-feira, 26 de agosto de 2025, ajustes significativos no calendário para as etapas finais da temporada atual. A nona rodada, originalmente programada para um circuito no Rio Grande do Sul, agora ocorrerá no Autódromo Internacional Orlando Moura, em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, nos dias 25 e 26 de outubro. Essa decisão marca o retorno da competição à capital sul-mato-grossense após seis anos de ausência, desde a última visita em 2019, quando Thiago Camilo e Rubens Barrichello dividiram as vitórias nas corridas duplas. A mudança reflete desafios logísticos enfrentados pela Vicar, promotora da categoria, em meio a uma temporada marcada por adaptações em diversos autódromos nacionais. Enquanto isso, a décima etapa, prevista para 16 de novembro no Autódromo Internacional Ayrton Senna, em Goiânia, Goiás, foi cancelada devido a atrasos nas reformas do traçado, necessárias para receber eventos maiores como a MotoGP em 2026.

A data permanece inalterada, mas o local ainda será definido em breve, com a Vicar avaliando opções que garantam condições ideais de pista e segurança. Essa reorganização visa manter o equilíbrio do campeonato, que conta com 12 rodadas no total e introduziu os novos carros SUV neste ano, representando uma evolução técnica para a série. O anúncio, feito por Lincoln Oliveira, CEO da Vicar, destaca a necessidade de diversidade em um ano atípico, com muitos circuitos em obras ou adequações pendentes, priorizando eventos que elevem o nível da disputa entre as equipes de Chevrolet, Toyota e Mitsubishi.

A temporada da Stock Car tem sido repleta de inovações desde sua abertura em maio, no Autódromo de Interlagos, em São Paulo, mas as adaptações recentes surgem como resposta a imprevistos que afetam a infraestrutura das pistas. Campo Grande, com seu traçado de 3.438 metros conhecido por curvas técnicas e retas desafiadoras, oferece uma oportunidade para os pilotos testarem os limites dos novos veículos, que pesam cerca de 200 quilos a menos que os sedãs anteriores e contam com motores turbo de quatro cilindros produzindo 500 cavalos de potência. Essa nona etapa promete atrair público local entusiasmado com o retorno da categoria, que historicamente movimenta a economia da região com turismo e ativações esportivas. Em paralelo, o cancelamento em Goiânia impacta o planejamento das equipes, que agora aguardam uma alternativa viável para manter o ritmo das disputas. A Vicar enfatiza que essas mudanças preservam a integridade do campeonato, evitando riscos em circuitos não prontos.

Retorno histórico a Campo Grande impulsiona o automobilismo regional

O Autódromo Orlando Moura, inaugurado em 1999, retorna ao calendário da Stock Car como uma escolha estratégica para diversificar as provas restantes. Após a etapa de 2019, a pista passou por manutenções pontuais, mas agora recebe investimentos para atender aos padrões da categoria, incluindo melhorias em barreiras de proteção e sistemas de drenagem. Pilotos experientes como Gabriel Casagrande, atual tricampeão, veem nessa rodada uma chance de acumular pontos cruciais na briga pelo título, especialmente com o novo pacote aerodinâmico dos SUVs permitindo ultrapassagens mais agressivas.

Essa volta ao Mato Grosso do Sul não é isolada; a região tem crescido no cenário do automobilismo nacional, com eventos locais de kart e categorias de base preparando talentos para níveis superiores. A expectativa é de que a etapa atraia mais de 15 mil espectadores, similar ao registrado em visitas anteriores, fomentando parcerias com empresas regionais e impulsionando o interesse pela modalidade entre jovens entusiastas. Equipes como a Eurofarma RC e a Ipiranga Racing já ajustam estratégias para o traçado, que exige precisão em curvas como a do Sol e a da Morte, onde erros podem custar posições valiosas.

• O circuito possui 3.438 metros de extensão, com 14 curvas que misturam setores de alta e baixa velocidade.
• Histórico de vitórias: Thiago Camilo conquistou duas em 2019, demonstrando domínio em condições quentes e úmidas típicas da região.
• Preparações incluem recapeamento de asfalto em trechos críticos para suportar os pneus Pirelli dos novos carros.
• Ativações extras: shows musicais e zona de fãs para engajar o público local durante o fim de semana.

Desafios em Goiânia forçam realocação da décima rodada

O Autódromo Internacional Ayrton Senna, em Goiânia, enfrenta reformas extensas para se adequar a eventos globais, o que adia sua disponibilidade para a Stock Car. Iniciadas no início de 2025, as obras visam ampliar a capacidade e modernizar o traçado de 3.243 metros, mas atrasos em licitações e fornecimentos de materiais tornam impossível a realização da prova em novembro. Essa exclusão é a segunda alteração significativa no calendário este ano, seguindo adiamentos em outras pistas como Velocitta e Belo Horizonte, que foram transferidas para garantir segurança.

A Vicar, em comunicado oficial, reforça que a data de 16 de novembro será mantida, com negociações em andamento para circuitos alternativos como Interlagos ou Velopark, que já sediaram rodadas extras na temporada. Pilotos como César Ramos, vencedor recente em Curvelo, destacam a importância de pistas variadas para o equilíbrio da competição, evitando repetições que possam favorecer equipes com mais recursos para adaptações. Essa realocação também afeta categorias de apoio, como a Stock Light e Turismo Nacional, que compartilham o fim de semana.

Enquanto as equipes se preparam, o foco recai sobre a manutenção da competitividade, com o novo chassi Audacetech SNG01 permitindo velocidades médias acima de 180 km/h em retas. A ausência de Goiânia, conhecida por suas curvas de média velocidade e histórico de corridas apertadas, abre espaço para inovações em locais alternativos, potencialmente elevando o espetáculo para os espectadores.

Calendário ajustado mantém equilíbrio na disputa pelo título

Com as mudanças confirmadas, o cronograma da Stock Car para o fim de 2025 ganha contornos mais definidos, priorizando pistas que ofereçam desafios técnicos variados. A sexta etapa em Cascavel, no Paraná, ocorrerá nos dias 7 de setembro, seguida pela sétima em Velocitta, São Paulo, em 28 de setembro, e oitava também em Velocitta, em 5 de outubro. Essa concentração em circuitos próximos facilita a logística das equipes, reduzindo custos de transporte para os pesados SUVs.

A oitava rodada em Velocitta, com seu traçado moderno de 2.410 metros, testará a estabilidade dos veículos em curvas cegas e zonas de frenagem intensa, onde o sistema DRS – introduzido este ano – pode decidir ultrapassagens. Equipes como a TMG Racing, defensora do título de construtores, investem em simulações para otimizar setups, visando maximizar pontos antes da nona etapa em Campo Grande. A décima, ainda sem sede, pode cair em Brasília ou Nova Santa Rita, dependendo de aprovações técnicas da Confederação Brasileira de Automobilismo.

• Sexta etapa: 7 de setembro, Autódromo Internacional Zilmar Beux, Cascavel – traçado de 3.130 metros com ênfase em aceleração.
• Sétima etapa: 28 de setembro, Velocitta – foco em treinos para adaptação aos SUVs turbo.
• Oitava etapa: 5 de outubro, Velocitta – rodada dupla para acumular pontos na reta final.
• Décima etapa: 16 de novembro, local a definir – avaliação em curso para pistas com alta segurança.
• Undécima etapa: 30 de novembro, Autódromo de Brasília – penúltima chance para viradas no campeonato.

Inovação técnica nos SUVs marca a temporada de transições

A introdução dos SUVs na Stock Car, batizados como SNG01, revolucionou a dinâmica das corridas, com redução de peso e maior eficiência energética graças aos motores turbo de quatro cilindros. Esses veículos, desenvolvidos pela Audace Tech em parceria com a ArcelorMittal para o chassi tubular, incorporam conectividade 5G para telemetria em tempo real, permitindo ajustes rápidos durante as provas. Em Campo Grande, o calor característico da região – com temperaturas acima de 30 graus Celsius – testará o sistema de refrigeração aprimorado, evitando superaquecimentos observados em etapas iniciais como Interlagos.

Pilotos relatam maior agilidade nas curvas, com o pacote aerodinâmico em fibra de carbono melhorando a estabilidade em velocidades acima de 250 km/h. A Mitsubishi, estreante com o Eclipse Cross adaptado, adiciona variedade à disputa entre fabricantes, competindo diretamente com o Chevrolet Tracker e o Toyota Corolla Cross. Essa evolução técnica, aliada às mudanças no calendário, mantém a categoria relevante em um cenário de automobilismo em transformação, com foco em sustentabilidade e acessibilidade para novas equipes.

A temporada acumula 24 corridas até agora, com corridas sprint aos sábados e principais aos domingos, formato que intensifica a estratégia de pit stops. Em Goiânia, a ausência forçada destaca a necessidade de investimentos em infraestrutura nacional, mas a Vicar planeja parcerias para edições futuras, possivelmente integrando a MotoGP em 2026.

Estratégias das equipes para as rodadas finais em foco

Equipes líderes como a Eurofarma RC, com Gabriel Casagrande na ponta da classificação com 245 pontos, ajustam táticas para as pistas remanescentes, priorizando pneus e combustível em cenários de alta abrasão como Campo Grande. A rivalidade com a Ipiranga Racing, de César Ramos, que soma 232 pontos, promete duelos intensos, especialmente com o novo regulamento de pontuação que dobra valores na Super Final de dezembro em Interlagos.

A Blau Motorsport, ex-R. Mattheis, integra novos patrocinadores para sustentar os custos dos SUVs, enquanto fusões como Full Time/Cavaleiro visam otimizar recursos. Esses ajustes refletem a maturidade da categoria, que desde 1979 evoluiu de sedãs Chevrolet para uma plataforma multimarcas, atraindo 30 pilotos em 15 equipes. A undécima etapa em Brasília, em 30 de novembro, servirá como aquecimento para a final, com seu traçado de 4.091 metros exigindo endurance dos competidores.

• Equipes com mais vitórias em 2025: Eurofarma RC lidera com quatro triunfos nas corridas principais.
• Pontuação atual: Casagrande à frente, seguido por Ramos e Thiago Camilo em terceiro com 210 pontos.
• Novos talentos: Estreantes como Arthur Leist buscam pódios nas rodadas finais para garantir permanência.
• Patrocínios chave: Blau Farmacêutica e Ipiranga impulsionam investimentos em tecnologia embarcada.

A décima segunda e última etapa, em 14 de dezembro em Interlagos, coroará o campeão em um circuito icônico de 4.309 metros, onde tradições como a Corrida do Milhão já marcaram história. Essas transições no calendário reforçam o compromisso da Stock Car com a excelência, adaptando-se a realidades logísticas sem comprometer o espetáculo.