
O décimo terceiro salário de 2025, benefício aguardado por milhões de trabalhadores e aposentados, promete movimentar a economia brasileira com uma injeção estimada de R$ 330 bilhões. Para empregados do setor privado, a primeira parcela deve ser paga até 28 de novembro, enquanto aposentados e pensionistas do INSS podem receber a partir de abril, segundo projeções baseadas em antecipações governamentais. O pagamento, que beneficia cerca de 90 milhões de pessoas, aquece setores como varejo, turismo e serviços, especialmente no fim do ano. Este abono, instituído em 1962, é um direito garantido a trabalhadores formais, servidores públicos e beneficiários do INSS, com regras específicas para cada grupo. A seguir, entenda como funcionará o calendário, os cálculos e os impactos econômicos.
O benefício, conhecido como gratificação natalina, tem regras claras definidas pela legislação trabalhista e previdenciária. Para o setor privado, as datas de pagamento são fixas, com prazos determinados pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST). Já para os segurados do INSS, a antecipação depende de decisões do governo federal, que desde 2020 adota a estratégia de liberar os valores no primeiro semestre. A seguir, detalhamos as principais informações sobre o pagamento, incluindo quem tem direito e como planejar o uso do recurso.
- Principais beneficiados: trabalhadores com carteira assinada, servidores públicos, domésticos, rurais, avulsos e aposentados do INSS.
- Impacto econômico: R$ 330 bilhões distribuídos entre 56 milhões de trabalhadores do setor privado e 34 milhões de beneficiários do INSS.
- Setores aquecidos: varejo, turismo, alimentação e serviços, com destaque para o comércio natalino.
O planejamento financeiro é essencial tanto para trabalhadores, que devem priorizar dívidas e despesas de início de ano, quanto para empresas, que precisam organizar reservas para evitar multas.
Pagamento no setor privado: datas e prazos
O cronograma do décimo terceiro para trabalhadores do setor privado em 2025 segue prazos rígidos. A primeira parcela deve ser depositada até 28 de novembro, uma sexta-feira, enquanto a segunda parcela tem como limite 19 de dezembro, também uma sexta-feira. Esses prazos foram ajustados para evitar coincidências com finais de semana, garantindo que os valores cheguem aos trabalhadores dentro do período estipulado.
Empresas que optarem por pagar o abono em parcela única devem fazê-lo até o prazo da primeira parcela. A legislação trabalhista prevê multa de R$ 170,25 por empregado em caso de atraso, o que reforça a importância de cumprir as datas. Algumas organizações, mediante acordo com os funcionários, podem antecipar a primeira parcela a partir de fevereiro, especialmente para coincidir com férias.
O cálculo do benefício é proporcional ao tempo trabalhado no ano. Por exemplo, um trabalhador com salário de R$ 4.000 que atuou durante 12 meses receberá R$ 4.000 brutos. Já quem começou em julho, com 6 meses trabalhados, terá direito a R$ 2.000. A segunda parcela, porém, sofre descontos de INSS e Imposto de Renda, o que exige atenção ao contracheque.
Como calcular o décimo terceiro
O cálculo do décimo terceiro é simples, mas exige atenção aos detalhes. O valor corresponde a 1/12 do salário bruto por mês trabalhado no ano. Meses com mais de 15 dias de trabalho contam como mês inteiro. Além do salário-base, entram no cálculo horas extras, comissões e adicionais, como insalubridade ou periculosidade.
- Fórmula básica: (Salário bruto ÷ 12) × meses trabalhados.
- Exemplo prático 1: Salário de R$ 2.500, 12 meses trabalhados = R$ 2.500.
- Exemplo prático 2: Salário de R$ 2.500, 4 meses trabalhados = (2.500 ÷ 12) × 4 = R$ 833,33.
- Descontos: INSS (7,5% a 14%) e Imposto de Renda (7,5% a 27,5%) incidem na segunda parcela.
Trabalhadores devem verificar o contracheque para entender os descontos aplicados. Empresas são obrigadas a detalhar os valores, garantindo transparência no processo.
Antecipação para aposentados do INSS
Os beneficiários do INSS, incluindo aposentados, pensionistas e segurados de auxílios, como doença ou acidente, também recebem o décimo terceiro. Desde 2020, o governo antecipa os pagamentos para o primeiro semestre, uma medida que pode se repetir em 2025. A expectativa é que a primeira parcela seja paga entre 24 de abril e 2 de maio, sem descontos, e a segunda, com deduções de Imposto de Renda (quando aplicável), entre 24 de maio e 7 de junho.
O calendário do INSS é organizado pelo número final do benefício, sem considerar o dígito verificador. Por exemplo, beneficiários com final 1 recebem antes daqueles com final 5. O valor é proporcional ao tempo de recebimento do benefício no ano. Um aposentado com benefício de R$ 1.800, que começou a receber em abril (9 meses), terá direito a (1.800 ÷ 12) × 9 = R$ 1.350.

Quem tem direito ao benefício
O décimo terceiro é um direito garantido a diversos grupos, mas há exceções. A Lei 4.090/62 e a legislação previdenciária definem os elegíveis:
- Setor privado: trabalhadores com carteira assinada, domésticos, rurais e avulsos.
- Setor público: servidores ativos e inativos.
- INSS: aposentados, pensionistas e segurados de auxílios (doença, acidente, reclusão, maternidade).
- Exceções: beneficiários do BPC (Benefício de Prestação Continuada) e da Renda Mensal Vitalícia não recebem o abono.
Trabalhadores demitidos sem justa causa até 17 de dezembro têm direito ao valor proporcional, exceto em casos de rescisão por justa causa.
Setores econômicos aquecidos
A injeção de R$ 330 bilhões na economia em 2025 terá reflexos diretos em diversos setores. O varejo, especialmente durante o Natal, é o principal beneficiado, com aumento nas vendas de eletrônicos, roupas e alimentos. O turismo também ganha força, com maior procura por pacotes de viagem e passagens aéreas.
No Norte e Nordeste, o pagamento do INSS impulsiona pequenos comércios e feiras locais. No Sul e Sudeste, os gastos se concentram em bens duráveis e serviços, como reformas residenciais e saúde. Farmácias e supermercados também registram alta, impulsionados pela compra de itens essenciais.
Planejamento financeiro para trabalhadores
O décimo terceiro é uma oportunidade para organizar as finanças. Especialistas recomendam usar o valor com cautela, priorizando despesas estratégicas:
- Dívidas: quitar débitos com juros altos, como cartão de crédito ou cheque especial.
- Reserva: guardar parte do dinheiro para gastos de início de ano, como IPTU, IPVA e material escolar.
- Investimentos: aplicar em opções seguras, como poupança ou CDB, para emergências.
- Consumo consciente: evitar compras impulsivas, especialmente no período natalino.
Trabalhadores devem planejar o uso do valor líquido, considerando os descontos da segunda parcela.
Orientações para empresas
Empresas enfrentam desafios para cumprir os prazos do décimo terceiro. A organização financeira é crucial para evitar multas e ações trabalhistas. Algumas estratégias incluem:
- Reserva anual: provisionar recursos desde o início do ano.
- Linhas de crédito: buscar empréstimos com juros acessíveis para cobrir o pagamento.
- Transparência: detalhar descontos no contracheque, especificando INSS e Imposto de Renda.
A comunicação clara com os funcionários reduz dúvidas e aumenta a confiança no processo.
Consulta do pagamento do INSS
Aposentados e pensionistas podem verificar o calendário e os valores do décimo terceiro pelo portal Gov.br. É necessário ter cadastro ativo para acessar os detalhes do benefício, incluindo o número final e as datas de pagamento. O aplicativo Meu INSS também oferece essas informações, com interface simplificada para consulta.
Propostas de isenção de Imposto de Renda
Projetos para isentar o décimo terceiro do Imposto de Renda voltaram à pauta em 2024, mas não avançaram. Para 2025, a discussão deve ganhar força, especialmente com a reforma tributária em andamento. A isenção poderia aumentar o valor líquido recebido por trabalhadores e aposentados, estimulando ainda mais o consumo.
Regiões mais impactadas
O pagamento do décimo terceiro tem efeitos variados por região. No Nordeste, os recursos do INSS fortalecem o comércio local, como feiras e mercadinhos. No Sul, os gastos se concentram em bens de maior valor, como eletrodomésticos. Cidades do interior, em geral, registram aumento no movimento de lojas e serviços, enquanto capitais veem alta no e-commerce.
