O BRICS, bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul e novos membros como Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Irã e Indonésia, lançou em agosto de 2025 o BRICS Pay, um sistema de pagamento digital inspirado no Pix brasileiro. Anunciada na cúpula de Kazan, na Rússia, a plataforma utiliza tecnologia blockchain para transações rápidas, seguras e de baixo custo em moedas locais, reduzindo a dependência do dólar. O Brasil, com sua expertise no Pix, lidera a integração do sistema, que visa maior autonomia financeira frente a sanções ocidentais e promete movimentar bilhões até 2030. A iniciativa responde à necessidade de um comércio global mais independente e eficiente, conectando bancos centrais e instituições financeiras.
A plataforma surge como alternativa ao sistema SWIFT, dominado por bancos ocidentais, e busca integrar sistemas de pagamento instantâneo nacionais, como o Pix, o SBP russo e o UPI indiano. O objetivo é agilizar transações internacionais, eliminando a conversão para o dólar e reduzindo custos operacionais. A criação do BRICS Pay reflete a crescente influência do bloco no cenário global, com foco em soberania econômica.
A base do BRICS Pay é o Decentralized Cross-border Messaging System (DCMS), desenvolvido pela Universidade Estatal de São Petersburgo. Essa tecnologia blockchain permite transações seguras e descentralizadas, com capacidade de processar até 20 mil mensagens por segundo. Diferentemente do SWIFT, o DCMS opera sem um controlador central, garantindo maior independência. A Rússia e a China lideram os testes iniciais, com transações bilaterais em moedas locais, como yuan e rublo, já em andamento.
O sistema foi projetado para ser acessível e eficiente, com código aberto previsto após a fase de testes. Isso elimina tarifas obrigatórias, reduzindo custos para os usuários. A segurança é reforçada por múltiplos protocolos de criptografia, tornando a plataforma resistente a interferências externas.
A escolha do blockchain reflete a prioridade do BRICS em criar um sistema moderno e robusto, capaz de atender às demandas do comércio global. A experiência brasileira com o Pix, que processa 227 milhões de transações diárias, foi essencial para modelar a plataforma.
O Pix, lançado pelo Banco Central do Brasil em 2020, inspirou diretamente o BRICS Pay. Em 2025, o sistema brasileiro registrou R$ 7 trilhões em transações não físicas no primeiro trimestre, representando 49% do total. Sua capacidade de realizar transferências instantâneas, 24 horas por dia, com baixo custo, serviu como modelo para o comércio internacional. O Brasil lidera a integração do Pix ao BRICS Pay, com o Drex, o real digital, sendo testado para facilitar transações transfronteiriças.
Durante a cúpula de Kazan, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou o potencial do BRICS Pay para fortalecer a soberania econômica. A expertise brasileira é vista como um diferencial, especialmente na adaptação de tecnologias de pagamento instantâneo. A economista Carla Beni, da Fundação Getulio Vargas, afirma que o Pix pode ser facilmente adaptado para transações internacionais, minimizando barreiras técnicas.
O lançamento do BRICS Pay gerou reações variadas. Países ocidentais, especialmente os Estados Unidos, expressaram preocupações com a possível redução da influência do dólar, que domina 84% das transações globais. Declarações de líderes como o ex-presidente americano Donald Trump, que ameaçou tarifas de 100% contra nações que abandonarem o dólar, intensificaram as tensões. No entanto, especialistas como Sergey Glazyev, economista russo, defendem que o sistema é um passo crucial para a soberania financeira do Sul Global.
No Brasil, a adesão ao BRICS Pay é vista como uma oportunidade para o agronegócio, mineração e energia. Transações diretas em moedas como yuan e rúpia podem reduzir perdas cambiais, aumentando a competitividade das exportações. O professor Marco Aurélio dos Santos Sanfins, da Universidade Federal Fluminense, destaca que o sistema pode proteger o comércio brasileiro de sanções econômicas externas.
A viabilidade do BRICS Pay depende da integração de sistemas de pagamento instantâneo dos países membros. Além do Pix, a plataforma planeja conectar o SBP russo, o UPI indiano, o IBPS chinês e o PayShap sul-africano. Essa interoperabilidade exige superar desafios técnicos, como diferenças em infraestrutura e regulamentação. A digitalização de moedas, como o Drex brasileiro, é vista como um facilitador para transações transfronteiriças.
O Brasil, que assumirá a presidência rotativa do BRICS em 2026, planeja liderar os esforços para harmonizar esses sistemas. Testes iniciais mostram que a plataforma pode processar transações em tempo real, com potencial para escalar globalmente. A integração também fortalecerá o Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), que planeja oferecer garantias financeiras para reduzir riscos.
O BRICS Pay promete reduzir custos e aumentar a eficiência no comércio internacional. Para o Brasil, a plataforma abre mercados como Emirados Árabes Unidos e Irã, que demandam produtos agrícolas e combustíveis. A eliminação da conversão para o dólar pode baratear exportações e atrair investimentos. Economistas projetam que o sistema movimentará bilhões de dólares anuais até 2030, desafiando o domínio do SWIFT.
A plataforma também fortalece a competitividade dos países membros, permitindo transações mais rápidas e seguras. A liderança brasileira na integração do Pix e do Drex posiciona o país como um protagonista no redesenho do comércio global, promovendo maior inclusão financeira no Sul Global.
A implementação do BRICS Pay enfrenta barreiras significativas. A harmonização de sistemas financeiros entre países com legislações e moedas distintas exige intensa cooperação. Questões tributárias e paridades monetárias são desafios destacados por especialistas. Além disso, a resistência de potências ocidentais, como os Estados Unidos e a União Europeia, pode gerar pressões comerciais.
A China, como maior economia do bloco, busca maior influência, o que preocupa membros como a Índia. O Brasil mantém uma postura de equilíbrio, defendendo uma plataforma multilateral. A liderança brasileira em 2026 será crucial para superar esses obstáculos e consolidar o BRICS Pay como uma alternativa viável ao SWIFT.
O Brasil emerge como um líder estratégico no BRICS Pay, aproveitando a expertise do Pix e o desenvolvimento do Drex. Durante a cúpula de 2025, o chanceler Mauro Vieira reforçou a importância de um sistema que promova autonomia e representatividade. A presidência brasileira em 2026 será decisiva para avançar a integração técnica e política da plataforma.
A iniciativa também responde às críticas dos Estados Unidos, que questionaram o impacto do Pix sobre empresas como Visa e Mastercard. O BRICS Pay reforça a soberania financeira do Brasil, posicionando o país como um ator central no redesenho do comércio global.
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