Lewis Hamilton viveu um momento de profunda frustração no último sábado, 2 de agosto de 2025, ao ser eliminado na segunda fase do qualifying (Q2) para o Grande Prêmio da Hungria, na pista de Hungaroring. O heptacampeão mundial de Fórmula 1 terminou na 12ª posição, enquanto seu companheiro de equipe na Ferrari, Charles Leclerc, conquistou uma surpreendente pole position, superando os dominantes carros da McLaren. Visivelmente abalado, Hamilton expressou desânimo ao declarar, em entrevista à Sky Sports F1, que se sentia “absolutamente inútil” e sugeriu que a Ferrari “provavelmente precisa trocar de piloto”. A declaração reflete um momento de crise de confiança do britânico, que enfrenta dificuldades em sua primeira temporada com a equipe italiana, marcada por resultados abaixo das expectativas e uma adaptação desafiadora ao carro SF-25.

A sessão de classificação no Hungaroring expôs, mais uma vez, a diferença de desempenho entre os pilotos da Ferrari. Enquanto Leclerc brilhou, Hamilton não conseguiu encontrar o ritmo necessário, ficando a apenas 0,015 segundos de avançar para o Q3. O resultado ampliou a vantagem de Leclerc no confronto direto em classificações, agora em 12 a 5 na temporada. O heptacampeão, conhecido por sua história vitoriosa na pista húngara, com oito vitórias e nove poles, vive um momento de introspecção, com declarações que surpreenderam fãs e analistas.

Lewis Hamilton, Oscar Piastri e Max Verstappen – Foto: Jay Hirano / Shutterstock.com

O GP da Hungria, conhecido por ser uma pista técnica e de difícil ultrapassagem, representa um desafio adicional para Hamilton, que terá de lutar por pontos partindo do meio do grid. A frustração do piloto foi agravada por eliminações recentes, como as quedas no Q1 no GP da Bélgica, na semana anterior. Apesar disso, Hamilton mostrou resiliência em corridas, como no sétimo lugar conquistado na Bélgica após largar dos boxes.

  • Principais pontos do qualifying:
    • Hamilton foi eliminado no Q2, terminando em 12º, a 0,247 segundos de Leclerc.
    • Leclerc conquistou a pole, superando McLaren em condições climáticas adversas.
    • A diferença de desempenho entre os pilotos da Ferrari preocupa a equipe.

Desempenho em xeque na Ferrari

A temporada de 2025 tem sido um teste de paciência para Hamilton. Após 12 anos na Mercedes, onde conquistou seis de seus sete títulos mundiais, a mudança para a Ferrari trouxe expectativas de um retorno ao topo. No entanto, os resultados não corresponderam. Até o GP da Hungria, Hamilton não conseguiu nenhum pódio em corridas de Grande Prêmio, com sua melhor posição sendo um quarto lugar em três ocasiões. Sua única vitória na temporada foi na corrida sprint da China, mas o desempenho geral tem sido ofuscado por Leclerc, que soma cinco pódios.

O chefe da Ferrari, Fred Vasseur, tentou minimizar a situação, apontando que Hamilton esteve perto de avançar ao Q3 e que as condições climáticas, com mudanças de vento e temperatura, impactaram o desempenho. Vasseur destacou o progresso da equipe, mas a diferença de performance entre os pilotos levanta questões sobre a adaptação de Hamilton ao carro.

  • Fatores que influenciaram o qualifying:
    • Condições climáticas instáveis, com ventos fortes e quedas de temperatura.
    • Uso de pneus macios usados por Hamilton no Q2, limitando o desempenho.
    • Ajustes de configuração diferentes entre Hamilton e Leclerc.

A pressão sobre Hamilton é intensificada pela história da Ferrari, a equipe mais vitoriosa da Fórmula 1, que não conquista um título de pilotos desde 2007, com Kimi Räikkönen, ou de construtores desde 2008. A chegada de Hamilton era vista como uma chance de quebrar esse jejum, mas os desafios de adaptação têm dominado sua narrativa em 2025.

Declarações polêmicas e impacto emocional

As palavras de Hamilton após o qualifying chocaram pela autocrítica severa. “Sou inútil, absolutamente inútil”, disse ele à Sky Sports F1, reforçando a frase com um tom de desânimo raro para um piloto de sua estatura. Quando questionado sobre possíveis ajustes no carro, ele foi categórico: “O time não é o problema. Vocês viram que o carro está na pole. Provavelmente, precisam trocar o piloto”.

Essa declaração, embora dita em um momento de frustração, reflete o peso emocional que Hamilton carrega. Em entrevista à F1 TV, ele rejeitou consolos sobre seu histórico vitorioso, afirmando: “Está claro que é assim. Eu dirigi terrivelmente. É o que é”. Analistas apontam que a autocrítica pode ser um sinal de sua busca por perfeição, mas também levanta preocupações sobre sua confiança em um momento crucial da temporada.

O contraste com Leclerc, que celebrou a pole como uma conquista inesperada, destaca a disparidade dentro da Ferrari. Leclerc descreveu o qualifying como “extremamente difícil”, mas soube capitalizar as condições para superar as McLarens de Oscar Piastri e Lando Norris, que dominaram os treinos livres.

Histórico de Hamilton na Hungria

O Hungaroring é um palco especial para Hamilton. Com oito vitórias e nove poles, ele é o maior vencedor da história da pista. Esse histórico torna sua eliminação no Q2 ainda mais surpreendente. Nos treinos livres, Hamilton mostrou sinais de competitividade, terminando o FP3 em quarto, próximo a Leclerc. No entanto, a incapacidade de replicar esse desempenho no qualifying sugere dificuldades em extrair o máximo do carro em voltas decisivas.

  • Recordes de Hamilton no Hungaroring:
    • Maior número de vitórias: 8 (recorde da pista).
    • Maior número de poles: 9 (recorde da pista).
    • Última vitória: 2020, com a Mercedes.

A pista húngara, com suas curvas travadas e retas curtas, exige precisão e confiança, qualidades que Hamilton já demonstrou dominar no passado. Sua eliminação no Q2, por apenas 0,015 segundos, indica que pequenos erros ou ajustes inadequados fizeram a diferença.

Reação da equipe e próximos passos

Fred Vasseur, chefe da Ferrari, defendeu Hamilton, destacando que a eliminação foi resultado de margens mínimas e condições desafiadoras. Ele elogiou a pole de Leclerc como um sinal de progresso da equipe, mas evitou críticas diretas ao desempenho de Hamilton. “As condições mudaram muito, e estivemos perto de ter os dois carros fora no Q2”, afirmou Vasseur, sugerindo que a situação não reflete o potencial do piloto ou do carro.

Para Hamilton, o desafio agora é recuperar pontos na corrida, onde ultrapassagens são raras no Hungaroring. Sua habilidade em corridas, demonstrada na recuperação na Bélgica, pode ser um trunfo. No entanto, a falta de pódios em 2025 e a comparação constante com Leclerc aumentam a pressão para resultados imediatos.

  • Possíveis estratégias para a corrida:
    • Foco em gestão de pneus para ganhar posições no início.
    • Aproveitar eventuais mudanças climáticas, como chuva prevista.
    • Explorar largadas agressivas para superar rivais diretos.

Contexto da temporada e pressão na Ferrari

A temporada de 2025 tem sido dominada pela McLaren, com Oscar Piastri liderando o campeonato de pilotos e Lando Norris em segundo. A Ferrari, apesar de competitiva, luta para manter o ritmo, especialmente em circuitos onde a consistência é crucial. Hamilton ocupa a sexta posição no campeonato, 30 pontos atrás de Leclerc e 157 atrás de Piastri. A ausência de pódios em corridas de GP é o período mais longo sem top-3 na carreira do britânico.

A transição de Hamilton para a Ferrari foi cercada de expectativas, mas também de desafios. A adaptação ao carro SF-25, que exige um estilo de pilotagem diferente do Mercedes, tem sido um obstáculo. Além disso, a pressão de correr pela equipe mais icônica da Fórmula 1, com uma base de fãs apaixonada, amplifica cada revés.

  • Desafios de Hamilton em 2025:
    • Falta de pódios em corridas de Grande Prêmio.
    • Derrotas em 12 das 17 sessões de qualifying contra Leclerc.
    • Adaptação ao carro SF-25 em sua primeira temporada na Ferrari.

Perspectivas para a corrida no Hungaroring

O Grande Prêmio da Hungria, marcado para domingo, 3 de agosto de 2025, promete ser um teste de resiliência para Hamilton. A pista, conhecida por sua dificuldade em ultrapassagens, limita as chances de recuperação, mas a possibilidade de chuva pode abrir oportunidades. Leclerc, partindo da pole, está bem posicionado para buscar sua sexta colocação no pódio na temporada, enquanto Hamilton precisará de uma estratégia impecável para pontuar.

A Ferrari, como equipe, vê a pole de Leclerc como um sinal de progresso, mas a disparidade entre seus pilotos é um tema que deve ser abordado durante a pausa de verão da Fórmula 1. Para Hamilton, a corrida é uma chance de recuperar a confiança e mostrar que ainda pode competir no mais alto nível, apesar das dificuldades recentes.

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Redação

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