Ibovespa despenca e luta pelos 137 mil pontos com pressão de Petrobras e CVC

A Bolsa de Valores brasileira enfrenta um dia de perdas, com o Ibovespa recuando 0,64% e fechando aos 137.063,29 pontos às 15h44 desta quarta-feira, 13 de agosto de 2025, em São Paulo. A queda reflete a pressão de ações de peso como Petrobras e CVC, enquanto o dólar comercial avança 0,39%, cotado a R$ 5,399. O mercado reage às incertezas sobre a tarifa de 50% anunciada pelos Estados Unidos, que impacta empresas exportadoras. O presidente Lula afirmou que o Brasil não adotará medidas recíprocas imediatas, enquanto o ministro Fernando Haddad sinalizou um plano de apoio às empresas afetadas. A construtora MRV destacou-se com alta de 10% após resultados positivos no Brasil, apesar de números fracos em sua operação nos EUA.

O desempenho negativo do Ibovespa acompanha a cautela global, com as bolsas americanas próximas de suas máximas históricas, mas com o Nasdaq oscilando. No mercado de commodities, o petróleo Brent caiu 0,74%, a US$ 65,63, e o WTI recuou 0,82%, a US$ 62,65. Juros futuros no Brasil oscilaram, refletindo a tensão com as tarifas externas.

A volatilidade do mercado reflete a combinação de fatores internos e externos. Enquanto o balanço da MRV trouxe alívio, empresas como Petrobras e Eletrobras enfrentaram quedas expressivas, puxando o índice para baixo.

  • Principais destaques do pregão:
    • MRV (MRVE3) sobe 6,63% após balanço positivo no Brasil.
    • Petrobras (PETR3 e PETR4) recua mais de 1%, pressionando o índice.
    • CVC (CVCB3) lidera as quedas, com desvalorização de 10,78%.
    • Dólar comercial avança para R$ 5,399, refletindo incertezas externas.

Desempenho das ações no pregão

O Ibovespa enfrentou um dia de oscilações, com a pressão de grandes empresas como Petrobras, que viu suas ações ordinárias (PETR3) caírem 1,27% e preferenciais (PETR4) recuarem 1,07%. A estatal, que tem peso significativo no índice, reflete a queda nos preços do petróleo e a cautela com os impactos das tarifas americanas. A CVC (CVCB3), do setor de turismo, foi o destaque negativo, despencando 10,78% após preocupações com o cenário econômico. Por outro lado, a MRV (MRVE3) liderou as altas, subindo 6,63% com resultados sólidos no mercado doméstico, mesmo com desempenho fraco em sua subsidiária Resia, nos Estados Unidos.

A Sabesp (SBSP3) também registrou perdas, recuando 1,87% após fortes ganhos na sessão anterior, impulsionados pelo balanço do segundo trimestre. A B3 (B3SA3), operadora da Bolsa, teve alta modesta de 0,71%, cotada a R$ 12,74, mostrando resiliência em um pregão volátil.

Impacto das tarifas americanas

As tensões comerciais entre Brasil e Estados Unidos continuam a influenciar o mercado. A tarifa de 50% anunciada pelo governo americano, que entra em vigor em 1º de agosto, afeta diretamente empresas exportadoras. O presidente Lula, em evento recente, destacou que o Brasil busca diálogo para evitar retaliações que possam agravar a relação bilateral. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, informou que o governo prepara um plano de apoio às empresas impactadas, mas alertou que novas medidas podem ser necessárias.

O mercado interpreta essas declarações com cautela, já que a ausência de reciprocidade imediata pode sinalizar negociações prolongadas. A alta do dólar, que chegou a R$ 5,399, reflete a incerteza dos investidores sobre os próximos passos do governo brasileiro.

  • Setores mais afetados pelas tarifas:
    • Mineração: Empresas como Vale enfrentam riscos com exportações.
    • Siderurgia: Setor sensível a barreiras comerciais.
    • Agronegócio: Possível impacto em commodities agrícolas.
    • Indústria: Produtos manufaturados podem perder competitividade.
bolsa de valores – Foto: MicroStockHub/iStock.com

Movimentação no mercado de commodities

Os preços do petróleo registraram queda, influenciando ações de empresas como Petrobras e petro júniores. O barril de Brent, referência global, fechou com baixa de 0,74%, a US$ 65,63, enquanto o WTI, referência americana, caiu 0,82%, a US$ 62,65. A desvalorização reflete a redução da demanda global e a retomada de negociações comerciais entre Estados Unidos e outros países, como Japão e Filipinas, que diminuíram a busca por ativos de segurança.

No setor de mineração, a Vale (VALE3) teve leve recuo de 0,11%, cotada a R$ 54,24, mesmo com projeções otimistas de analistas. A estabilidade do minério de ferro no mercado internacional ajudou a conter perdas maiores.

Bancos e o desempenho no pregão

Os grandes bancos apresentaram desempenhos mistos. O Bradesco (BBDC4) foi o destaque negativo entre os bancões, com queda de 1,24%, enquanto o Banco do Brasil (BBAS3) conseguiu resistir à pressão, registrando leve alta. A resiliência do setor financeiro reflete a solidez dos balanços recentes, mas a cautela com os juros futuros limita ganhos expressivos.

As taxas dos contratos de Depósito Interfinanceiro (DI) mostraram oscilações. O DI para janeiro de 2027 subiu para 14,24%, enquanto o contrato para janeiro de 2033 atingiu 13,95%. A alta reflete a influência dos rendimentos dos Treasuries americanos, que subiram para 4,42% no título de dez anos.

  • Movimentações no setor financeiro:
    • Bradesco (BBDC4): Queda de 1,24%, a R$ 15,62.
    • Banco do Brasil (BBAS3): Alta tímida, sustentando o pregão.
    • B3 (B3SA3): Avanço de 0,71%, a R$ 12,74.
    • Juros futuros: Oscilações refletem tensão com Treasuries.

Reações do mercado global

As bolsas americanas operam próximas de suas máximas históricas, mas com desempenhos mistos. O S&P 500 avançou 0,12%, enquanto o Nasdaq oscilou, com alta de apenas 0,05%. O Dow Jones, por outro lado, recuou 0,45%, pressionado por empresas industriais. A expectativa de corte nos juros pelo Federal Reserve, após dados de inflação amena, impulsiona o otimismo, mas a incerteza com as tarifas americanas mantém os investidores cautelosos.

Na Europa, o Banco Central Europeu manteve a taxa de juros em 2%, com a presidente Christine Lagarde sinalizando que ajustes dependerão de novos dados econômicos. O cenário global reforça a volatilidade no mercado brasileiro, que sente o impacto das tensões comerciais e da dinâmica dos juros.

Perspectivas para o próximo pregão

O Ibovespa enfrenta um cenário desafiador, com a marca de 137 mil pontos sendo um suporte crítico. Analistas apontam que a manutenção desse nível depende da evolução das negociações com os Estados Unidos e do desempenho de empresas de peso, como Petrobras e Vale. A MRV, que surpreendeu com alta expressiva, pode continuar atraindo atenção, especialmente se mantiver resultados sólidos no mercado doméstico.

O dólar, que já acumula queda de 10,65% no ano, deve permanecer sensível às declarações de Lula e Haddad. A possibilidade de novas medidas de apoio às empresas afetadas pelas tarifas pode trazer alívio, mas a incerteza global mantém o mercado em alerta.

  • Fatores a monitorar no próximo pregão:
    • Negociações Brasil-EUA sobre tarifas.
    • Desempenho de Petrobras e Vale.
    • Taxas de juros futuros e Treasuries.
    • Balanços corporativos do segundo trimestre.
    • Oscilações do dólar comercial.
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Redação

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