O Flamengo anunciou a demissão de José Luiz Runco, chefe do departamento médico, nesta quarta-feira, 23 de julho de 2025, no Rio de Janeiro, um dia após a divulgação de uma mensagem polêmica na qual ele afirmou que o meia Nicolás De La Cruz sofre de uma “lesão crônica e irreparável” nos joelhos. A declaração, feita em um grupo de WhatsApp com 71 membros, incluindo conselheiros e dirigentes rubro-negros, gerou revolta entre jogadores, comissão técnica e diretoria, culminando na saída do médico. A decisão expõe uma crise interna no clube, com críticas à gestão médica e questionamentos éticos sobre a exposição pública da condição de saúde do atleta uruguaio. O caso ganhou destaque nas redes sociais, com apoio de jogadores como Arrascaeta e reações do estafe de De La Cruz, que avalia medidas legais contra Runco.

A demissão ocorre em um momento delicado para o Flamengo, que enfrenta o Red Bull Bragantino pela 16ª rodada do Campeonato Brasileiro, às 21h30, no estádio Cícero de Souza Marques, em Bragança Paulista. A crise no departamento médico adiciona pressão à gestão do presidente Bap, que apostava em Runco para reestruturar o setor desde dezembro de 2024.

Runco na reapresentação do Flamengo – Foto: reprodução
  • Repercussão imediata: A mensagem de Runco, vazada na terça-feira, foi considerada antiética pelo estafe de De La Cruz.
  • Reação do elenco: Arrascaeta, companheiro de seleção uruguaia, postou apoio ao meia, destacando a união do grupo.
  • Impacto no clube: A saída de Runco intensifica críticas à gestão médica, já questionada por lesões frequentes.

Reação do elenco e crise ética

A mensagem de Runco, enviada em um grupo de WhatsApp chamado “Flamengo Barra”, detalhava supostas limitações físicas de De La Cruz, contratado por R$ 102 milhões em dezembro de 2023. O médico afirmou que o jogador, comprado na gestão anterior, não teria condições de atuar em alto nível devido a problemas crônicos nos joelhos, o que gerou indignação no clube. O texto, considerado uma quebra de confidencialidade, foi interpretado como uma crítica à contratação do uruguaio, aumentando a tensão entre o departamento médico e os atletas.

O estafe de De La Cruz reagiu rapidamente, classificando a conduta de Runco como “inadequada e antiética”. Em nota, os representantes do jogador destacaram seu desempenho em 61 jogos pelo Flamengo desde 2024, com 38 vitórias, 14 empates e 9 derrotas, além de três gols e seis assistências. Eles também mencionaram sua participação em 49 partidas na temporada passada, incluindo jogos pela seleção uruguaia, para rebater as alegações de limitação física.

  • Declaração do estafe: “Vamos procurar o clube para esclarecer se a opinião é pessoal ou institucional.”
  • Números de De La Cruz: 20 jogos em 2025, com três títulos conquistados pelo Flamengo.
  • Apoio de Arrascaeta: O camisa 10 postou: “Se trata de cuidar dos nossos. Simples assim.”
  • Medidas legais: O estafe avalia processar Runco por violação de ética médica.

Gestão de Runco e histórico de polêmicas

José Luiz Runco assumiu o departamento médico do Flamengo em dezembro de 2024, como parte da nova gestão do presidente Bap. Sua chegada foi marcada por mudanças drásticas, incluindo a demissão de cerca de 40 profissionais em janeiro de 2025. A reestruturação, no entanto, não trouxe estabilidade. Desde o início, o setor enfrentou críticas de jogadores e comissão técnica, com relatos de falta de confiança no atendimento médico.

Runco, que já havia passado pelo clube e pela seleção brasileira, era visto como uma aposta para modernizar o departamento. Contudo, sua gestão acumulou controvérsias, como a alta taxa de lesões em 2024, com De La Cruz sendo o atleta mais afetado, ausente em 13 partidas devido a quatro contusões. A exposição pública da condição médica do uruguaio foi o estopim para sua saída, evidenciando falhas na comunicação e na relação com o elenco.

  • Mudanças iniciais: Demissão de 40 funcionários gerou descontentamento interno.
  • Lesões em 2024: Flamengo registrou 30 contusões, com De La Cruz como maior vítima.
  • Tensão com Tannure: Runco era desafeto de seu antecessor, Márcio Tannure.

Impacto no elenco e no Brasileirão

A demissão de Runco acontece às vésperas de um confronto decisivo contra o Red Bull Bragantino, em um momento em que o Flamengo busca se aproximar do líder Cruzeiro na tabela do Brasileirão. O time, comandado por Filipe Luís, enfrenta o desafio com oito desfalques, incluindo De La Cruz, que segue fora por dores no joelho direito. A ausência do meia, titular em 54 dos 61 jogos pelo clube, reflete a dificuldade de gerenciar sua condição física, agravada pela polêmica.

Arrascaeta, outro uruguaio do elenco, tem sido peça-chave na liderança do grupo. Sua manifestação pública em apoio a De La Cruz reforça a união entre os jogadores, mas também expõe a fragilidade da relação com o departamento médico. A escalação para o jogo contra o Bragantino conta com o retorno de Bruno Henrique, mas a ausência de nomes como Alex Sandro, Ayrton Lucas e Erick Pulgar aumenta a pressão sobre o técnico.

  • Desfalques: Além de De La Cruz, Allan, Pulgar e outros estão fora do jogo.
  • Escalação provável: Rossi, Wesley, Léo Ortiz, Léo Pereira, Varela; Evertton Araújo, Jorginho, Arrascaeta; Luiz Araújo, Cebolinha, Bruno Henrique.
  • Histórico contra Bragantino: Flamengo não vence em Bragança Paulista desde 1996.

Repercussão nas redes e medidas futuras

A polêmica ganhou grande repercussão nas redes sociais, com torcedores e comentaristas criticando a conduta de Runco. Felipe Melo, ex-jogador, sugeriu conivência da diretoria, enquanto jornalistas como Letícia Marques destacaram a falta de confiança dos atletas no departamento médico. A demissão de Runco, confirmada por fontes como o jornalista Bruno Castanha, foi vista como uma tentativa de conter a crise, mas não resolve os problemas estruturais do setor.

O Flamengo optou por não comentar oficialmente as declarações de Runco, mas a saída do médico indica uma resposta à pressão interna. O estafe de De La Cruz, por sua vez, mantém a possibilidade de acionar a justiça, argumentando que a divulgação de informações médicas sem consentimento fere princípios éticos. A situação também levanta debates sobre a privacidade de atletas e a gestão de dados sensíveis no futebol.

  • Reação nas redes: Torcedores cobram maior transparência do clube.
  • Críticas à diretoria: Comentários apontam falhas na escolha de Runco.
  • Questões éticas: Exposição de dados médicos pode gerar precedente jurídico.
  • Futuro do DM: Clube deve anunciar novo chefe médico em breve.

Contexto do Flamengo no Brasileirão

O Flamengo vive um momento de pressão dentro e fora de campo. A vitória contra o Fluminense, com gol de Pedro, trouxe alívio, mas a sequência de lesões e a polêmica com Runco mantêm o ambiente instável. O jogo contra o Bragantino é visto como crucial para manter a perseguição ao líder Cruzeiro, com o time rubro-negro ocupando posição no G-4. A ausência de De La Cruz, que já conquistou a Copa do Brasil 2024, a Supercopa 2025 e dois Cariocas, é um desafio adicional para Filipe Luís.

A gestão de Bap, iniciada em dezembro de 2024, enfrenta seu primeiro grande teste. A escolha de Runco, embora respaldada por sua experiência, revelou-se um erro estratégico, e o clube agora precisa reestruturar o departamento médico para recuperar a confiança do elenco. Enquanto isso, De La Cruz segue em trabalho físico individualizado, com o objetivo de voltar ao time no segundo semestre.

  • Campanha no Brasileirão: Flamengo busca encostar no líder Cruzeiro.
  • Desempenho de De La Cruz: 4.561 minutos em campo desde 2024, média de 74,8 minutos por jogo.
  • Gestão Bap: Presidente enfrenta críticas pela condução do caso.
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Redação

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