Gabriel Bortoleto consolidou sua posição como referência na Sauber ao conquistar o 13º lugar na classificação do Grande Prêmio do Azerbaijão de Fórmula 1, disputada na manhã deste sábado no Circuito de Rua de Baku. O brasileiro, em sua temporada de estreia na categoria, superou novamente o companheiro Nico Hulkenberg e avançou ao Q2 em uma sessão marcada por seis bandeiras vermelhas e ventos fortes.

A performance de Bortoleto veio em um dia de desafios extremos, com acidentes paralisando a pista e limitando as tentativas de volta rápida. Apesar disso, o piloto de 20 anos registrou 1min42s277 com pneus médios, garantindo vaga entre os 10 primeiros do Q2 antes de ser eliminado em 13º geral.

O calouro brasileiro, que largará à frente de Hulkenberg pela 11ª vez na temporada, demonstrou consistência em uma pista que exige precisão milimétrica nas curvas estreitas e na longa reta principal.

Bortoleto iniciou o fim de semana com dificuldades nos treinos livres, terminando em 15º na sexta-feira, mas ajustou o setup do carro para a qualificação.

  • Avanço no Q1: subiu de 18º para 13º em segunda tentativa, evitando eliminações precoces.
  • Escolha de pneus: priorizou compostos médios, que se adaptaram melhor às baixas temperaturas da pista.
  • Superando o companheiro: 11 vitórias internas contra seis de Hulkenberg, incluindo as últimas sete corridas.

A sessão em Baku destacou a resiliência de Bortoleto, que lidou com ventos de até 25 km/h e ameaças de chuva isolada nos momentos finais.

Adaptação de Bortoleto ao traçado de Baku

Bortoleto enfrentou o Circuito de Baku pela primeira vez na principal categoria, um desafio que mistura alta velocidade na reta de 2,2 km com seções técnicas apertadas. O brasileiro priorizou tração nas saídas de curvas lentas, como a 8 e a 10, para maximizar o tempo de roda no asfalto.

No Q1, ele registrou o 13º tempo após interrupções causadas por batidas de Alexander Albon e Nico Hulkenberg. A bandeira vermelha inicial, provocada por Albon na curva 1, durou sete minutos e forçou ajustes rápidos na estratégia.

Bortoleto evitou erros em trechos críticos, como o “castelo”, onde a visibilidade é reduzida. Sua volta final no segmento inicial o colocou à frente de Esteban Ocon e Pierre Gasly, eliminados em 18º e 19º.

  • Setores fortes: bom desempenho no setor 2, com ganho de 0s2 em relação ao companheiro.
  • Ajustes no carro: redução na asa dianteira para combater ventos cruzados.
  • Tempo total no Q1: 1min42s500, suficiente para avançar em meio ao caos.

A transição para o Q2 demandou foco imediato, com apenas quatro minutos de intervalo para remoção de detritos. Bortoleto completou sua primeira volta rápida em sexto lugar temporário, antes de cair para 14º e recuperar uma posição nos instantes finais.

Oliver Bearman acionou outra bandeira vermelha ao bater na curva 2, paralisando o segmento por mais tempo. O brasileiro usou o intervalo para refinar o equilíbrio do Sauber C45, priorizando estabilidade em freadas pesadas.

Lewis Hamilton abortou sua tentativa final, garantindo a eliminação em 12º e abrindo espaço para Bortoleto se manter competitivo. O Q2 terminou com o brasileiro em 13º, 1s022 atrás da pole provisória.

A performance reforça a curva de aprendizado de Bortoleto, que pontuou em corridas recentes como Áustria e Hungria, onde chegou a brigar com veteranos como Fernando Alonso.

Estratégias de pneus para Bortoleto em Baku

A escolha de compostos foi pivotal na qualificação, com a Pirelli fornecendo C3, C4 e C5 para o fim de semana. Bortoleto optou majoritariamente por médios (C5), que ofereceram maior durabilidade em condições frias de 25 graus na pista.

Os macios (C6) apresentaram aquecimento lento, levando a subviragem em entradas de curva, um risco ampliado pelos ventos laterais. O brasileiro testou o composto vermelho no Q1, mas voltou aos médios para consistência.

No Q2, sua melhor volta veio com C5, destacando a adaptação da Sauber a uma faixa que se comportou como macia na edição anterior. A equipe evitou riscos desnecessários, focando em voltas limpas em meio às interrupções.

  • Benefícios dos médios: 80% das voltas cronometradas da Sauber usaram C5, com degradação mínima.
  • Desafios dos macios: apenas Oscar Piastri avançou com eles, mostrando versatilidade da McLaren.
  • Plano para corrida: dois stops previstos, alternando médios e duros para undercut em safety cars.

A ameaça de chuva no Q3 não afetou Bortoleto diretamente, mas isolou gotas em setores específicos, complicando o grip. A Sauber reportou aderência inconsistente, mas o brasileiro manteve compostura para registrar tempos competitivos.

Essa abordagem conservadora permitiu que Bortoleto superasse Hulkenberg, que optou por macios e terminou em 17º após batida no Q1.

A estratégia alinha com o histórico de Bortoleto em circuitos de rua, onde ele venceu corridas em categorias de base com gerenciamento preciso de pneus.

Trajetória de Bortoleto na Fórmula 1

Gabriel Bortoleto estreou na Fórmula 1 em 2025 pela Sauber, após títulos consecutivos na F3 e F2 em 2023 e 2024. O paulista de Osasco, gerenciado por Fernando Alonso, assinou contrato multianual com a equipe suíça, que se tornará Audi em 2026.

Sua chegada substituiu Valtteri Bottas e Zhou Guanyu, ao lado de Nico Hulkenberg. Bortoleto impressionou no teste de Abu Dhabi de 2024, sendo elogiado por Mattia Binotto, COO da Sauber.

Na estreia, no GP da Austrália, avançou ao Q2 e superou o companheiro, apesar de um acidente na corrida. Desde então, acumulou 18 pontos no campeonato, com destaques em Áustria (pódio no Q2) e Hungria (sexto lugar, Driver of the Day).

  • Conquistas anteriores: vitória de último a primeiro em Monza na F2, Mecachrome Outstanding Win Award.
  • Parceria com Alonso: suporte essencial desde a F4 italiana, onde Bortoleto venceu corridas precocemente.
  • Adaptação à F1: de 20º em Jeddah (Q1) a brigas com Verstappen na Áustria.

Bortoleto deixou o McLaren Driver Programme para focar na Sauber, priorizando desenvolvimento de longo prazo. Sua consistência interna, com 11-6 sobre Hulkenberg, o posiciona como líder da equipe no fundo do grid.

Em Baku, o brasileiro evitou os erros comuns de calouros, como os de Bearman e Colapinto, consolidando sua reputação como talento emergente.

Rivalidade interna e comparação com calouros

Bortoleto ampliou sua vantagem sobre Hulkenberg para 11-6 na qualificação, incluindo uma sequência de sete vitórias consecutivas. O alemão, experiente, sofreu com batida no Q1, enquanto o brasileiro manteve voltas limpas.

Entre os novatos, Bortoleto se destaca ao lado de Kimi Antonelli (4º em Baku) e Oliver Bearman (15º). Antonelli brilhou com a Mercedes, mas Bortoleto superou o italiano em treinos livres iniciais.

Isack Hadjar, da RB, garantiu 8º com agressividade, mas Bortoleto priorizou consistência em uma Sauber menos competitiva. A rivalidade com Hulkenberg impulsiona o desenvolvimento do carro para 2026.

  • Vantagens de Bortoleto: melhor gerenciamento de energia híbrida, 1s à frente em Baku.
  • Comparação com Antonelli: incidente em FP2, onde Bortoleto reclamou de bloqueio, mas terminou atrás em P4 vs P15.
  • Sequência recente: pontos em seis das últimas oito corridas, incluindo defesa contra Stroll na Hungria.

A dinâmica interna na Sauber beneficia o time, com dados de Bortoleto guiando atualizações no assoalho e asa.

Outros calouros como Bearman enfrentaram acidentes, enquanto Bortoleto evitou armadilhas de Baku, como a curva 15, onde Leclerc bateu.

Perspectivas para a corrida de Bortoleto

A largada em 13º posiciona Bortoleto para explorar safety cars, comuns em Baku com 70% de taxa nas edições recentes. A corrida, com 51 voltas às 8h de Brasília, prevê gerenciamento de pneus em reta longa.

O brasileiro mira pontos com estratégia de undercut, usando duros iniciais para ultrapassagens em DRS. Sua tração nas curvas finais pode ajudar em defesas contra perseguidores como Stroll.

  • Fatores chave: ventos de 15 km/h e sol esperado, temperatura de 22 graus.
  • Posições à frente: Alonso (11º) e Hamilton (12º) como alvos iniciais.
  • Histórico em ruas: vitórias em F2 em Baku reforçam confiança.

Bortoleto expressou otimismo pós-treinos, chamando o dia de “decente” apesar das dificuldades. Sua evolução de 15º em FP2 para P13 na quali mostra progresso.

A Sauber alinha o brasileiro à frente de Hulkenberg, fortalecendo a luta contra Haas e Alpine no fundo.

Outros novatos como Hadjar (8º) e Antonelli (4º) brilham, mas Bortoleto consolida base sólida para o restante da temporada.

A Fórmula 1 segue para Singapura, mas Baku marca mais um passo na ascensão do brasileiro.

Published by
Redação

Recent Posts

Banco Central libera pagamento integral do FGTS Digital via Pix sem limites

A recente decisão do Banco Central do Brasil, publicada em 18 de setembro de 2025,…

53 mins ago

INSS: proposta garante acréscimo de R$ 75 para idosos a partir de 2025

Um projeto de lei que tramita na Câmara dos Deputados promete trazer alívio financeiro para…

56 mins ago