O Banco do Brasil (BBAS3) deve enfrentar um cenário desafiador no segundo trimestre de 2025, com uma queda projetada de 42% no lucro líquido em comparação com o mesmo período de 2024, conforme relatório do Bank of America (BofA). A divulgação dos resultados, prevista para 13 de agosto, ocorre em um momento de apreensão no mercado financeiro, com analistas apontando deterioração na qualidade do crédito e aumento das provisões para calotes. A instituição, sediada em Brasília, pode ver seu retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) atingir o menor nível desde 2016, impactando diretamente o pagamento de dividendos aos acionistas. A combinação de condições mais restritivas no crédito e uma desaceleração econômica no Brasil, com a taxa Selic a 15% ao ano, contribui para o cenário pessimista.
A piora no desempenho financeiro do Banco do Brasil não é um fato isolado. Outras instituições financeiras também enfrentam pressões, mas o BB, com forte exposição ao setor de agronegócio, sente o impacto de forma mais acentuada. A inadimplência no segmento agropecuário, que já subiu para 3,04% no primeiro trimestre, continua sendo um ponto de atenção. Além disso, mudanças regulatórias, como a Resolução 4.966/21 do Conselho Monetário Nacional (CMN), afetam a contabilização de receitas e exigem maior provisionamento, o que pressiona ainda mais os resultados.
O mercado já reflete essas preocupações. As ações do Banco do Brasil (BBAS3) registraram queda de 1,97% na última segunda-feira (21), sendo negociadas a R$ 19,86, apesar de uma abertura em alta alinhada ao Ibovespa. Para os investidores, a possibilidade de redução nos dividendos, que historicamente representam uma parte significativa do atrativo das ações do banco, aumenta a cautela.
O relatório do Bank of America destaca que a deterioração da qualidade do crédito é um dos principais fatores para a projeção de queda no lucro do Banco do Brasil. A inadimplência, especialmente no segmento de agronegócio, tem crescido devido a safras problemáticas em 2023 e 2024, agravadas por condições climáticas adversas e um aumento de recuperações judiciais no setor. No primeiro trimestre de 2025, o índice de inadimplência acima de 90 dias atingiu 3,86%, contra 3,32% no último trimestre de 2024.
Além do agro, a carteira de crédito corporativo, especialmente para pequenas e médias empresas (PMEs), também apresenta sinais de deterioração. Analistas do Safra apontam que, embora o agronegócio seja o foco das preocupações, os calotes no segmento corporativo podem se tornar um novo obstáculo. A expectativa é que as provisões para perdas com empréstimos alcancem R$ 14 bilhões no segundo trimestre, um aumento de 79,7% em relação ao mesmo período de 2024, segundo estimativas do Safra.
A nova regulação contábil, implementada em janeiro de 2025, também contribui para o cenário adverso. A Resolução 4.966/21 exige que receitas de operações com maior risco sejam reconhecidas pelo regime de caixa, o que reduziu em cerca de R$ 1 bilhão as receitas de crédito no primeiro trimestre. Esse impacto deve persistir, limitando a capacidade do banco de gerar margens financeiras robustas.
A possibilidade de redução nos dividendos é uma das maiores preocupações para os acionistas do Banco do Brasil. Historicamente, o banco estatal mantém um payout (percentual do lucro distribuído como dividendos) entre 40% e 45%. No entanto, o BofA projeta uma queda para 30% em 2025, reflexo do aumento das provisões e da redução no lucro líquido. Essa mudança pode afetar a atratividade das ações BBAS3, que são vistas como uma opção sólida para investidores focados em renda passiva.
No mercado, as reações já são perceptíveis. Após a divulgação do relatório do BofA, as ações do banco enfrentaram volatilidade, com quedas significativas em dias de maior pessimismo. Apesar disso, alguns analistas, como os da XP Investimentos, mantêm uma visão cautelosa, mas destacam que o banco possui instrumentos para mitigar os impactos em sua estrutura de capital, como a gestão ativa de sua carteira de crédito.
O Banco do Brasil é líder no financiamento ao agronegócio no Brasil, com uma carteira de R$ 406,2 bilhões no primeiro trimestre de 2025, representando um crescimento de 9% em relação ao mesmo período de 2024. No entanto, o setor enfrenta dificuldades que impactam diretamente os resultados do banco. Quebras de safra em 2023 e 2024, combinadas com um aumento de 38% nas recuperações judiciais no setor agropecuário no primeiro trimestre de 2025, elevaram a inadimplência para 3,04%.
Apesar de projeções otimistas para a safra 2025, com uma colheita recorde, o banco ainda lida com um estoque de operações problemáticas das safras anteriores. A alta da taxa Selic, que encarece o crédito, também pressiona os produtores rurais, reduzindo sua capacidade de pagamento. O JPMorgan alerta que a formação de novos créditos problemáticos no agronegócio pode dobrar no segundo trimestre, agravando o cenário.
A gestão do Banco do Brasil, liderada pela presidente Tarciana Medeiros, reconhece os desafios e trabalha para ajustar as projeções financeiras. A suspensão das metas de lucro, margem financeira e custo de crédito no primeiro trimestre reflete a incerteza gerada pela combinação de inadimplência e mudanças regulatórias.
O contexto macroeconômico brasileiro também influencia os resultados do Banco do Brasil. Com a taxa Selic mantida em 15% ao ano, as condições de financiamento estão mais restritivas, impactando a demanda por crédito. A desaceleração da atividade econômica, apontada pelo BofA, reduz a capacidade de empresas e consumidores de honrarem seus compromissos financeiros, o que eleva os índices de inadimplência em todo o setor bancário.
Comparado a outros grandes bancos, como Itaú e BTG Pactual, o Banco do Brasil enfrenta um cenário mais desafiador devido à sua exposição ao agronegócio e às PMEs. Enquanto o Itaú demonstra solidez com lucro recorde de R$ 11,1 bilhões no primeiro trimestre, o BB registra quedas consecutivas, sendo o único grande banco a apresentar redução no lucro em 2025.
Apesar do cenário adverso, o Banco do Brasil adota medidas para minimizar os impactos financeiros. A instituição mantém um índice de capital principal de 10,97%, próximo à meta interna de 11%, o que demonstra solidez em sua estrutura de capital. A gestão também intensifica os investimentos em tecnologia e digitalização, com aumento de 24,8% nas despesas com comunicação e processamento de dados no primeiro trimestre.
A diversificação da carteira de crédito, com foco em linhas de menor risco, e a renegociação de contratos no setor agropecuário são estratégias para reduzir a inadimplência. Além disso, o banco mantém um volume significativo de desembolsos no agronegócio, com R$ 174,5 bilhões liberados nos primeiros nove meses do Plano Safra 2024/2025, reforçando seu papel como principal financiador do setor.
A diretoria do banco, sob o comando de Tarciana Medeiros, deve apresentar novas metas financeiras na divulgação dos resultados do segundo trimestre, com ajustes para refletir o ambiente mais desafiador. A expectativa é que o banco priorize a estabilização da inadimplência e a recuperação da rentabilidade nos próximos trimestres.
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