A aquisição do Banco Master pelo Banco de Brasília (BRB) entrou em uma fase decisiva de avaliação regulatória, com reuniões marcadas no Banco Central (BC) nesta terça-feira, 22 de julho de 2025, em Brasília. Os diretores de Fiscalização, Ailton de Aquino Santos, e de Organização do Sistema Financeiro e de Resolução, Renato Gomes, discutem com os presidentes do BRB, Paulo Henrique Costa, e do Banco Master, Daniel Vorcaro, os limites e o alcance da operação. Anunciada em março, a compra de 58% do capital do Master por cerca de R$ 2 bilhões visa fortalecer a posição do BRB no mercado financeiro, mas enfrenta questionamentos do Ministério Público Federal (MPF) e do mercado. O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou a transação em junho, apesar das controvérsias. A operação é vista como uma estratégia para superar desafios de rentabilidade do BRB, mas levanta debates sobre sua viabilidade e impactos no sistema financeiro.
A negociação ocorre em um momento delicado, com o Banco Central analisando a qualidade dos ativos do Master e possíveis ajustes no acordo. A operação, que já passou por diversas rodadas de diálogo com o BC, pode definir o futuro de ambos os bancos.
O processo regulatório tem gerado atenção no mercado financeiro, especialmente após o MPF abrir um procedimento preliminar em abril para investigar possíveis irregularidades.
A aquisição do Banco Master pelo BRB foi anunciada em 28 de março de 2025, como parte de uma estratégia para expandir a presença do banco estatal no mercado nacional. O BRB, controlado pelo governo do Distrito Federal, busca diversificar suas operações, que enfrentam dificuldades para manter rentabilidade em um cenário de alta competição e margens reduzidas no setor bancário. O Banco Master, por sua vez, é conhecido por oferecer Certificados de Depósito Bancário (CDBs) com remunerações acima da média, como até 115% do CDI, o que atraiu investidores, mas também levantou preocupações sobre sua liquidez.
O acordo prevê que o BRB pague 75% do patrimônio líquido consolidado do Master, ajustado após auditorias realizadas pela PricewaterhouseCoopers (PwC). A transação inclui a segregação de ativos não estratégicos do Master, como participações em empresas como a mineradora Itaminas e a seguradora Kovr, que não serão incorporados ao negócio.
O Cade aprovou a operação em junho, mas com ressalvas. A decisão considerou que a aquisição não compromete a concorrência no setor financeiro, mas o MPF questionou possíveis ligações políticas, já que o BRB é controlado pelo governo do DF, liderado por Ibaneis Rocha (MDB).
A reunião no Banco Central marca um momento crucial para a operação. O BC está avaliando a viabilidade financeira do negócio, com foco na liquidez e na qualidade dos ativos do Banco Master. Segundo informações do mercado, o Master tinha, no final de 2024, R$ 12,4 bilhões em CDBs a vencer até o fim de 2025, contra um ativo total de R$ 18,3 bilhões. Esse descasamento entre recebíveis e compromissos financeiros preocupa reguladores.
O Banco Central já realizou reuniões prévias com representantes de ambos os bancos. Em 2 de julho, o presidente do BC, Gabriel Galípolo, encontrou-se com Daniel Vorcaro e Augusto Ferreira Lima, CEO do Master, para discutir o andamento da operação. No dia 21 de julho, Galípolo também se reuniu com o BRB, reforçando a necessidade de mais informações para a aprovação final.
A operação gerou reações mistas no mercado financeiro. Investidores têm expressado dúvidas sobre a capacidade do BRB de absorver o Banco Master sem comprometer sua própria saúde financeira. O Master, embora solvente, enfrenta desafios com a liquidez de seus ativos, especialmente precatórios e participações em empresas com baixa liquidez.
Por outro lado, o BRB defende que a aquisição é essencial para sua estratégia de crescimento. A instituição destaca que o novo conglomerado permitirá uma oferta mais ampla de produtos, incluindo serviços de câmbio, cartões de crédito consignado e mercado de capitais, fortalecendo sua competitividade.
O Fundo Garantidor de Crédito (FGC) também está no centro das discussões. Com um patrimônio líquido de R$ 107,8 bilhões em junho de 2024, o FGC é responsável por garantir depósitos de até R$ 250 mil por CPF em caso de problemas financeiros em instituições como o Banco Master. No caso de uma eventual crise, o volume de CDBs emitidos pelo Master, que totalizam R$ 49,8 bilhões, poderia pressionar o fundo.
Recentemente, o FGC sinalizou a possibilidade de oferecer uma linha de financiamento ao Master como um “empréstimo-ponte” para aliviar pressões de curto prazo. Essa linha, estimada em R$ 4 bilhões, poderia cobrir vencimentos de CDBs até junho de 2025, dando fôlego ao banco enquanto negocia a venda de ativos.
A aquisição tem impactos diretos para investidores, especialmente aqueles com CDBs do Banco Master. Esses títulos, que oferecem rentabilidade acima da média, são protegidos pelo FGC até o limite de R$ 250 mil por CPF. No entanto, há dúvidas sobre a capacidade do FGC de honrar todos os compromissos em um cenário extremo.
O BRB assumirá a responsabilidade pelo pagamento dos CDBs emitidos pelo Master, pelo menos na proporção dos ativos adquiridos. Isso inclui os CDBs do banco digital Will Bank, controlado pelo Master. Investidores, no entanto, têm expressado receios em fóruns e redes sociais, com alguns considerando a venda de seus títulos antes do vencimento.
A conclusão da aquisição depende da aprovação final do Banco Central, que tem até 360 dias a partir do anúncio para avaliar o negócio. O BRB planeja finalizar a diligência dos ativos do Master em breve, definindo quais serão incorporados ao acordo. O BC, por sua vez, pode exigir ajustes no perímetro da operação, como a exclusão de ativos de baixa qualidade.
Além disso, o MPF continua investigando possíveis irregularidades. A operação preliminar aberta em abril busca apurar se houve crimes contra o sistema financeiro ou favorecimento político. O desfecho dessas investigações pode influenciar a decisão do BC.
O mercado financeiro acompanha de perto os desdobramentos, especialmente em um contexto de incertezas globais, como as tensões comerciais entre Estados Unidos e China, que afetam o câmbio e os investimentos. A aprovação ou rejeição da compra pode ter reflexos significativos no setor bancário brasileiro.
A relação entre o BRB e o Banco Master começou a ganhar forma em 2024, quando o BRB adquiriu R$ 8 bilhões em carteiras de crédito consignado do Master. Essa transação foi vista como um teste para a parceria, mas levantou questionamentos do BC sobre a qualidade dos ativos envolvidos.
A operação também envolveu outras instituições, como o BTG Pactual, que chegou a oferecer R$ 1 pelo Banco Master, em contraste com os R$ 2 bilhões propostos pelo BRB. Essa disparidade alimentou especulações sobre os reais motivos da aquisição.
O Banco Central tem adotado uma postura cautelosa, exigindo informações detalhadas sobre a operação. A instituição busca garantir que a aquisição não comprometa a estabilidade do sistema financeiro, especialmente em um momento de volatilidade global. A análise do BC inclui a avaliação da governança do novo conglomerado e sua capacidade de cumprir compromissos regulatórios.
A reunião de 22 de julho é vista como um passo crucial para esclarecer pontos pendentes. Caso o BC identifique problemas significativos, a operação pode ser barrada ou sofrer ajustes substanciais.
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